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O que é miíase? Sintomas, causas, tipos e tratamentos


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O que é Miíase? Com um nome que causa alguma estranheza, miíase provém da fusão de um radical (myia = mosca) e sufixo (iasys = moléstia) gregos.

Trata-se de um tipo de infecção bem peculiar, ocasionada pelo depósito de ovos de moscas em uma epiderme que esteja sofrendo um processo de necrose.

Miíase Na Pele

No caso, as moscas utilizam um animal vertebrado (inclusive o próprio ser humano) como hospedeiro desses ovos, que posteriormente darão origem a larvas.

As larvas podem ser do tipo biontófagas ou necrobiontófagas (aquelas que se alimentam e se desenvolvem conforme a oferta de tecido em fase de decomposição).

Antigamente, as larvas necrobiontófagas até eram utilizadas para a eliminação do tecido putrefato que se formava em certos ferimentos.

O risco desse tipo de infecção é maior em regiões de clima predominantemente tropical (caracterizado por lugares úmidos e temperaturas elevadas), como o Caribe, o continente africano e as Américas do Sul e do Central.

A infecção se torna ainda mais frequente naqueles países que apresentam péssimos indicadores relacionados às práticas de saneamento básico.

Todavia, vale ressaltar que as condições mencionadas logo acima apenas aumentam as chances de incidência da infecção, já que todo indivíduo pode ser uma vítima dela.

Fotos

Larva

Tipos de Miíase

Basicamente, a infecção é dividida em 3 grupos. A classificação da infecção em cada grupo depende do modo de deposição dos ovos, conforme será apresentado na sequência.

Miíase primária ou furunculóide

Nesse tipo de infecção, as moscas colocam os ovos em uma epiderme saudável. Ao romperem as cascas dos ovos, as larvas prontamente se instalam na região subcutânea.

Miíase secundária

Já nesses casos, a infecção ocorre em lesões de pele que expõem as regiões situadas logo abaixo da epiderme.

Essa pele deteriorada se transforma no alimento necessário para que a larva se desenvolva. As larvas pertencentes à miíase secundária são responsáveis pela bicheira.

Miíase acidental ou pseudomiíase

Mais incomum em seres humanos, esse tipo de miíase é iniciada após o consumo de alimentos que contenham essas larvas.

Quais são as causas da Miíase

As Larvas São A Causa Da MiíaseAs miíases são infecções causadas pela presença de larvas na pele pessoas ou animais.

O problema é provocado pelas espécies de moscas que realizam esse depósito de ovos em seres vertebrados.

Miíase primária

Cada variedade é provocada por espécies diferentes de moscas. Assim, a infecção primária se deve à atuação das moscas Callitroga americana e Dermatobia hominis (popularmente conhecida como “mosca varejeira”).

No caso da primeira espécie, elas pode utilizar certos insetos como vetores da miíase.

A chamada mosca varejeira é bem presente em determinadas localidades.

Além disso, vale destacar que o período de eclosão dessas larvas é de até 24 horas e que essas moscas não selecionam apenas peles adoecidas ou vulneráveis.

Um estudo científico, publicado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) comprovou que aproximadamente que as moscas varejeiras carregam mais de 25% de micro-organismos perigosos para a saúde humana.

Em se tratando das varejeiras, é importante salientar que essas moscas costumam exibir um corpo verde ou azul, de tonalidade metálica.

Uma dos hábitos dessa espécie é o depósito de ovos em objetos, peças de vestuário ou plantas.

Uma larva é capaz de provocar um único furúnculo, tecnicamente chamado de dermatobiose — popularmente, trata-se da berne.

Embora as bernes possam surgir em locais variados do corpo, o couro cabeludo e os membros superiores e inferiores são os mais atingidos.

As larvas só alcançam a maturidade após cerca de 50 dias, quando chegam ao solo e mantêm o ciclo evolutivo até se tornarem novas moscas.

Miíase secundária

Enquanto isso, essa vertente infecciosa (miíase secundária) é ocasionada pela mosca Cochliomyia hominivorax, espécie que costuma se aproveitar de lesões que deixam a pele bem vulnerável.

Em algumas situações, essa mosca deposita os ovos (cerca de 250 a cada infecção) em outras partes do corpo, como boca, orelha, nariz e até os olhos.

Há duas variantes de miíase secundária:

  • Cutânea — é possível visualizar as larvas se movendo na superfície da lesão epidérmica.
  • Cavitária — caracterizada pela alta concentração de larvas nos ferimentos expostos.

Miíase acidental

Mesmo que seja bem incomum, vale ressaltar que esse tipo de infecção é caracterizada pela ação de 4 espécies de moscas: a Syrphidae, a Muscidae, a Tephritidae (erroneamente chamada de “bicho de goiaba”) e a Stratyomidae.

Os grupos de risco

Algumas pessoas têm mais chance de serem infectados pela miíase, o que as coloca em grupos de risco, como esses:

  • Pessoas que estejam na terceira idade;
  • Pessoas que possuam alguma disfunção mental;
  • Pessoas que estejam adoecidas ou em processo de convalescença.

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Miíase é contagioso?

Como o processo de infecção depende exclusivamente da deposição de ovos de determinadas moscas, ele não ocorre entre os seres humanos.

Portanto, não se trata de uma doença contagiosa através do contato interpessoal ou algo similar.

Os sintomas da Miíase

O primeiro sinal visível da infecção é a formação de um nódulo na região epidérmica de penetração da larva.

Como essa larva se desloca pela parte interna da pele, o indivíduo tende a sentir certo incômodo na área afetada.

Sintomas da miíase primária

Na miíase primária, um sintoma bem característico é o aparecimento de um inchaço de tonalidade vermelha.

No centro desse nódulo inflamado há uma abertura, através da qual é expelido um pus amarelo, que pode conter um filete sanguíneo.

Independentemente da área corporal de instalação desse nódulo, ele tende a ser acompanhado de uma intensa sensação de coceira.

Sintomas da miíase secundária

Conforme se alimentam do tecido cutâneo, as larvas (em grande número) geram depressões internas no corpo.

O diagnóstico e o tratamento da Miíase

Se houver suspeita de algum sintoma de miíase, o ideal é marcar uma consulta dermatológica. Nela, será possível chegar a um diagnóstico preciso, marcado por uma avaliação clínica do corpo.

Uma forma de constatar que realmente há uma larva hospedada no corpo reside na observação daquela abertura do nódulo, través da qual a larva vai até a superfície a fim de respirar.

Uma vez atestada a presença da larva, o tratamento proposto já pode ser iniciado. Vale observar que cada tipo de miíase encerra um tratamento particular.

Tratamento da miíase primária

Nesses casos, a larva costuma ser elimina do corpo por meio da compressão da pele com as pontas dos dedos em direção à abertura do nódulo.

Outra possibilidade é a expansão da abertura, o que permite o uso de uma pinça para captura da larva.

Após a remoção do hospedeiro, o médico aplica antibióticos ou soluções antissépticas. Desse modo, evita-se que a mesma região volte a sofrer com novas lesões.

Tratamento da miíase secundária

Existem dois fatores determinantes no tratamento da miíase secundária: as dimensões da cavidade provocada pela larva da mosca e a região corporal atingida.

A terapia mais usada para combater esse tipo de infecção é a adoção de medicamentos destinados a exterminar verminoses.

Depois da morte das larvas, elas são finalmente removidas do organismo. Em seguida, repetem-se os mesmos cuidados médicos usados no tratamento da infecção primária.

Remédio Caseiro

óleo Essencial De Azadirachta Indica

O óleo de neem, extraído da árvore que recebe o nome científico Azadirachta indica, é um produto natural extremamente eficaz contra parasitas. Tem propriedades anti-sépticas, sendo excelente no tratamento da infecção.

Ingredientes:

  • Óleo de neem 100% orgânico (Azadirachta indica)

Como fazer:

Retire o cabelo da área afetada e aplique 4-5 gotas de óleo de neem no local duas vezes por dia.

Quais são as complicações da Miíase?

Geralmente, as complicações estão ligas à miíase primária, que pode causar:

  • Cistos — edemas decorrentes da aglutinação de pus gerado pela infecção;
  • Tétano — grave infecção bacteriana, uma consequência rara da miíase;
  • Linfagite — processos inflamatórios que acometem o sistema linfático.

De um modo geral, pode-se dizer que, caso a infecção secundária não seja tratada, os vermes irão eliminar todo o tecido até chegarem à massa óssea.

Importante fator de risco, o chamado pé de diabético proporciona um risco de morte ao paciente infectado pela miíase secundária.

Como me prevenir da Miíase?

Em relação à prevenção, o cuidado com a higiene pessoal é uma das primeiras medidas efetivas. Outras ações também são aconselháveis, como:

  • Ao secar as roupas em varais situados em ares externas, todas as peças devem ser passadas com ferro;
  • Ao viajar para regiões de risco de miíase, é recomendável manter todo o corpo protegido contra picadas de mosquitos e demais insetos. Pela mesma razão, não se deve ir a lugares abertos sem antes se precaver com a aplicação de um bom repelente;
  • Caso resida em uma região de risco de miíase, você deve ampliar as medidas de segurança. Além do uso de roupas que cubram o corpo e de repelentes, instale telas contra mosquitos e moscas nas janelas. Por fim, os berços dos bebês precisam ser equipados com mosquiteiros;
  • Sempre antes das refeições, após usar o banheiro ou depois de mexer em plantações, lave bem as mãos;
  • Tome a vacina antitetânica;
  • Proteja os ferimentos da pele, a fim de que não atraiam moscas que possam ocasionar a miíase;
  • Deposite o lixo orgânico em sanitos altamente resistentes e se certifique de que eles estejam bem fechados.

A miíase é uma infecção relativamente comum em determinadas regiões do planeta.

Nesses lugares, é preciso redobrar os cuidados relacionados à proteção da pele.

Mas desde que você esteja bem protegido, a infecção pode ser evitada sem grandes dificuldades. Caso ocorra a infecção, ela é facilmente tratável.

Partilhe o artigo com os seus amigos. Quando mais população conhecer a doença, maior e melhor será a sua prevenção!

Referências

http://www.sbd.org.br/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
https://www.cdc.gov/
https://www.sciencedirect.com/
https://web.stanford.edu/

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